A   R   G   O   S

Azeite de Oliva e Azeitona de mesa -Importações Brasileiras.Mercado que se recupera e se expande.

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Dados recentes do Conselho Oleícola Internacional  nos mostram que está em franca recuperação as importações de azeites  de oliva  para atender o mercado brasileiro. Alíás  temos sistematicamente  feito artigos mostrando esse fenômeno e alertando para o fato de que a crise de 2014 que afetou a economia brasileira e que , consequentemente, puxou o freio de mão das importações de azeite de Oliva. Dados do ano passado já mostravam isso. e as importações referentes a essa campanha estão confirmando essa recuperação. Estamos caminhando para números relativos a importações de 2013 onde houve um ápice de importações de azeite de oliva chegando a, praticamente, 75 mil /ton. É preciso ressaltar que os dados fornecidos pelo COI , referem-se as campanhas que começam em outubro de um ano e terminam em setembro do ano seguinte, eles coincidem  sempre com o término da safra do hemisfério norte, onde de fato, a produção acontece, e não com o ano civil.Em estudos que fizemos em 2011 já prevíamos importações na ordem de 80/100 mil ton/ano para o período 2016/2020, mas chegaremos muito perto,mantido o atual crescimento.  Esses  números só não se confirmarão porque no meio do caminho existiu uma crise na economia brasileira que não estava prevista no estudo.

Principais fornecedores de azeite ao Brasil nas últimas 05 campanhas :  Portugal  com média de 38 mil/ton ano. Espanha  com média de 13,3 mil ton/ano. Argentina com média de 5,8 mil ton/ano. Itália com média de 3,9 mil /ton ano  e Chile com média de 2,9 mil ton/ano.Esses 05 paises foram responsáveis por cerca de 65%  no conjunto de todas importações de azeites no período,não considerando as oscilações as importações isoladas,pois nesse caso a uma hegemonia significativa das importações de azeites de Portugal que chega a ter 60% de todo o mercado.

Vejamos os números da campanha de 2016/2017 no movimento do azeite rumo ao Brasil: em primeiríssimo lugar  está Portugal  com 34,4mil ton. Em seguida Espanha com 12, 2 mil ton.,segue com  Argentina com 5, 3 mil ton .Itália com 3,8 mil ton e Chile com  3,6 mil ton.

Se nada acontecer de anormal dentro de nossa economia na campanha de 2018/ 2019 estaremos  com importações no mesmo nível de 2013.

Azeitonas de Mesa

1648Bacalhau ao Cerro dos Olivais

Fenômeno distinto ocorre com as azeitonas de mesa. As importações desse produto , mesmo no período agudo da crise brasileira não recuaram um milimetro. No período mais crucial(2013/14) elas inclusive,cresceram cerca de 3%. O porquê disso é de fácil explicação tem dois elementos cruciais para a manutenção dessas importações. O primeiro é que a azeitona de mesa  já está arraigada no costume culinário dos brasileiros e o segundo é o seu preço bem mais acessível. Em estudo de 2011 já prevíamos para o período de 2016/2020  que chegaríamos a importações na casa das 120 mil toneladas de azeitona de mesa. Pelos números da campanha 2016/2017  já estamos na casa das 114 mil toneladas de importações de azeitona de mesa. Isso significa que além de termos acertado nas previsões temos condições de ultrapassar a casa das 120 mil toneladas de azeitona de mesa importadas. Também hoje somos o 2º maior importador de azeitonas de mesa do mundo,ficamos apenas atras dos EUA, com crescimento anual que ultrapassa a casa dos 10%. Nesse compasso todo , como  já prevíamos, em um trabalho , também que fizemos para apresentar  em uma jornada técnica em Tacna/Peru. em 2014. seremos o maior importador de azeitonas de mesa do mundo em 2020. O mercado americano de importações de azeitona de mesa  está estagnado há 05 anos  e não cresce, dando sinais de saturação.

Maiores fornecedores de Azeitona de Mesa  para o Brasil (dados COI-campanha 2016/17):

Em primeiro lugar está a Argentina que tem cerca  de 50% do mercado brasileiro, com 61,8 mil/ton. Em segundo lugar está o Egito com 31 mil/ton. em terceiro lugar o Peru com 11,7 mil ton. Em quarto lugar está a Espanha com 7,9 mil /ton. Esses números oscilam muito com relação aos fornecedores , por exemplo em campanhas anteriores  o segundo posto estava com a Espanha, no entanto, a hegemonia absoluta no fornecimento de azeitonas de mesa ao Brasil está com a Argentina , assim como o azeite de oliva está com Portugal.Esses dois países detém mais de 50% do mercado de azeitona de mesa e de azeite de oliva , respectivamente.

Esses dados todos são importantes  no movimento desses produtos. A conclusão disso tudo é obvia . O caminho da olivicultura brasileira será longo e árduo. Temos muito que aprender  e muito que conhecer para atender minimamente alguns pontos de comércio. Isso vai longe e sem conhecimento muito mais ainda.

Não temos porque citar produção porque ainda estamos longe disso. Os experimentos estão ai más a jornada ainda  é muito dura e da forma como estamos mais dura ainda.

Artigo : Guajará J. Oliveira