A   R   G   O   S

Zoneamentos da Olivicultura, Uma ação Sem Sentidos no Ponto de vista do Desenvolvimento da Cultura

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Temos visto com frequência  algumas ações ou tentativas de fazê-las  no sentido de estabelecer  os locais ótimos do cultivo da oliveira no Brasil . A ideia poderia ser louvável se através dela viessem medidas baseadas em estudos aprofundados e consistentes a respeito disso e se isso fosse uma rotina na questão plantio no resto dos países olivareros que temos ao redor do mundo.

É de se estranhar  o interesse de alguns e o interesse de algumas áreas governamentais nesse sentido. Um trabalho  que privilegia o zoneamento não se sustenta pela sua falta de solidez e de certeza.

Todos nós sabemos que a oliveira tem suas nuances e as suas características de desenvolvimento quer no ponto de vista da implantação de variedades, quer no ponto de vista economico/financeiro. Quando falamos de olivicultura falamos de toda a cadeia produtiva e seus segmentos secundários que muitas vezes(dependendo da Região ) podem ser principais e ai falamos  na produção de outros produtos agregados a olivicultura. Vamos aqui apenas citar alguns como exemplo: produção de chás e exploração do turismo que tem fina sintonia com o segmento(isso é recorrente nos países olivareros).

Todos esses vetores de produção tem que, necessariamente, serem levados em consideração no que tange a qualquer estudo relativo a cultura e sua implantação. Ora uns são principais ora os outros são os principais.

A primeira coisa que chama atenção quando trata-se desse tema” zoneamento” é a absoluta inconsistência, do ponto de vista científico, de trabalhos que norteiam essa ideia de estabelecer onde se pode plantar oliveiras .

Qualquer trabalho que leve , por exemplo , em consideração somente dados históricos de chuvas/frio e paralelos  são apenas pequenos indicadores de atividades e não podem servir de mote  no sentido de restringir plantações no território brasileiro, por serem frágeis e absolutamente inconsistentes para justificar qualquer processo de barreiras nas áreas de plantio.

O Estado e seus Órgãos de assessoria na área agrícola não podem ser usados para beneficiar algumas ações e algumas pessoas  nesse processo . Primeiro porque não está exercendo sua verdadeira função como fonte de equilibrio em qualquer segmento que quer se desenvolver  oportunizando a atividade agrícola dentro de um critério único e isento. Não pode também servir de instrumento para beneficiar poucos quando tem uma gama de interessados no processo. As condições devem ser iguais para todos.

Segundo não pode trabalhar com frágeis argumentos para justificar qualquer ação estatal , como é o caso  de um pseudo estudo  no sentido de estabelecer o “zoneamento olívicola” até porque não existe nenhum estudo geral que justifique essa ação em todo o Brasil onde é possivel plantar oliveiras.

O RGS está sendo a “bola da vez”  e vitima nessa tentativa de barrar investimentos e a busca de financiamentos para o cultivo da oliveira no Estado.  Há um estudo precário que estabelece  algumas diretrizes e zonas de potencial plantio  com a cultura com base em informações históricas e frágeis  que não justificam de forma nenhuma qualquer ação nesse sentido.

Hoje no mundo temos mais de 1000 variedades de oliveiras e aqui no Brasil só temos plantados e em produção três ou quatro variedades . Isso por si só já dá para ter uma boa ideia de que esse “zoneamento da Olivicultura ” é insano e prejudicial para o Setor que quer se desenvolver no nosso país.

As perguntas que ficam e que não querem calar são as seguinte: A quem interessa estabelecer “zoneamentos da olivicultura ” e o que pode estar por trás disso tudo já que vai beneficiar apenas alguns deixando todo o ´país onde tem potencial olivicola de fora disso?  Onde estão os estudos gerais  que justifiquem com inicio meio e fim uma ação dessa natureza já que ela tem a função precípua de liberar recursos federais para isso com juros camaradas ou de repente verbas a fundo perdido.

Esperemos as respostas gerais  que justifiquem de forma isenta tudo isso. Se não temos políticas para todos tratando todo mundo de forma igualitária que simplesmente  não se implante esse abuso  e atentado contra olivicultura gaucha e se respeite os demais Estados da Federação com o mesmo potencial que devem ser tratado de forma igualitária nesse quesito.

Presidência da ARGOS