A   R   G   O   S

Editorial: Colheita, produção de azeites e azeitonas campanha 2014/2015 no Brasil – Conduta, profissionalismo e reflexão

Praticamente se encerrou a colheita de azeitonas no Brasil esse ano. A produção, como sempre, em função de fenômenos climáticos, falta de conhecimento (técnico/científico) da cultura, opção pelas poucas variedades existente e plantadas no território nacional (hoje temos somente arbequina, arbosana, koroneiki plantadas e que foram introduzidas pela Chácara Cerro dos Olivais, pioneira da olivicultura no RGS, no ano 2000, falamos em termos majoritários, e alguma outras poucas variedades plantadas como, por exemplo, a manzanilla, picual) , foi pouca. Tememos que esse quadro se repita em 2016, pois pelas projeções teremos um inverno de 2015 com pouco frio e muita humidade. Como produzimos praticamente nada comercialmente essa derrocada na produção não faz o mercado comercial sentir qualquer a falta de azeites e azeitonas nacionais. Muitas estruturas que existem nos Estados que plantam sequer conseguiram colher azeitonas. Dai o porquê de não serem feitos grandes alardes com relação a produção, marketing de alguns visando colocar suas pequenas produções no mercado. Falácias de produção de melhores azeites que, em sonhos um tanto quanto megalomaníacos, podem, nesse momento, competidor com produtos e produtores de países tradicionais, também não foram ouvidas. Temos carências enormes nesse setor e precisamos supera-las. Como se faz isso: Aprendendo com quem sabe. Onde existem as informações? Nos países tradicionalmente produtores. É ali que nós vamos buscar conhecimento para tentar errar o mínimo possível e dar o empuxe que o Setor precisa, no Brasil, para desenvolver.

Existe uma grande responsabilidade de todos envolvidos diretamente na implantação da olivicultura nacional. Quer seja do setor privado, quer seja do setor público e ai falamos nos Ministérios e Secretarias de Estados, Empresas públicas, etc. que devem ser gestores de políticas públicas para o segmento e que são e/ou estão diretamente envolvidos com o preparo dessas políticas e de técnicos públicos e no Setor privado no preparo de técnicos privados (entre os quais englobamos as Universidades de um modo geral) para atender quem quer plantar e quem quer investir nesse segmento. Sem esse preparo prévio de conhecimento teremos muitas dificuldades para fazer uma olivicultura de resultados. A prova do que falamos está ai com a pouca produção que tem em sua causa os fenômenos climáticos, a natureza da planta e a falta de opções de variedades que superem esse problema junte-se a isso outro problema que é a possível frustração de quem investe ou pretende investir.

Quando falamos em investimentos temos que separar os investimentos internos e externos. Quem vai determinar o fluxo de investimento é o potencial de atrativo que o Setor vai oferecer no decorrer do tempo, para isso temos que preparar o mesmo com infraestrutura e conhecimento.

Sem um trabalho mais aprofundado e preparação de técnicos para atuar certamente vamos enterrar o Segmento ou se ele por acaso continuar levaremos uma eternidade para desenvolvê-lo. Se de fato conseguirmos.

Pensando nisso e trabalhando com afinco a ARGOS tem se desdobrado para dotar nossa incipiente olivicultura com estrutura de desenvolvimento que seja possível não frustrar ninguém e que agregue valor. Foi assim com a Jornada Internacional de Olivicultura em 2010, com a Feira Internacional de Negócios em Olivicultura agora recentemente em 2014 e está sendo agora em 2015 com a realização de um Curso Avançado de Olivicultura em Portugal que será realizado em junho/2015 cujo Edital está no site e as inscrições abertas até o final de abril., complementados por Convênios firmados com a Turquia, Portugal , Espanha e Peru e as tratativas iniciais com a Olivicultura do Irã.

Outros cursos se seguirão em 2015 e para 2016 estaremos, se tudo der certo, realizando a Finooliva2016 e o 1º Fórum de Inovação Tecnológica da Cadeia da Oliveira do qual participarão diversos países produtores e cursos de especialização e mestrado oferecidos a associados da ARGOS em função do Convenio com a Universidade de Jaén –Espanha.

Os esforços da Entidade são enormes embora as reações e aproveitamentos desses esforços sejam mínimos. Continuamos, no entanto, pois acreditamos no desenvolvimento da olivicultura nacional se soubermos aproveitar as oportunidades e aprofundarmos nosso conhecimento.

A Presidência.