A   R   G   O   S

EDITORIAL – Desenvolver a Olivicultura com Segurança

A olivicultura que queremos é um segmento que deve crescer com ações e atos sólidos e corretos. Já comprovamos isso com plantio e com a introdução de algumas variedades em nosso território que responderam bem ao solo e ao clima, dentro das condições próprias de desenvolvimento da cultura. Na esteira desse trabalho vieram ações de alguns técnicos ligados a entidades governamentais e professores universitários com algum trabalho complementar comprovando o acerto da iniciativa.

A oliveira é uma das culturas mais estudadas no mundo, possuem pesquisas para todos os gostos e necessidades até porque ela é o carro chefe de muitas atividades agrícolas em diversos países. Não há, portanto, nenhum estudo primário do nível dos que estão sendo feitos aqui entre nós, que possa englobar algum valor a cultura, que já não tenha sido feito em algum país olívicola onde a olivicultura tem importância econômica. Não temos nenhuma necessidade de reinventar a roda, não se pode trabalhar essa questão como se os interessados em investir em oliveiras fossem alienados a todo esse processo.

Nesse sentido informações amadoras e direcionadas a interesses pessoais e particulares em nada ajudam a sedimentar a cultura em nossa matriz agrícola porque qualquer interessado vai se dar conta no decorrer do tempo do amadorismo e do interesse pessoal. Também não se pode engessar as iniciativas e os investimentos trabalhando as informações olívicolas de forma tão superficial e com desconhecimento de causa como está sendo feito por alguns, porque, efetivamente, a olivicultura não tem essa toada e esse direcionamento.

Um outro perigo é a proliferação de viveiros de plantas que não primam pela qualidade, já que nesse item não temos o domínio da técnica de produção de mudas de qualidade, por absoluta falta de tradição e conhecimento, até porque, pelo que se sabe, essa proliferação tem seus dias contados pois, praticamente, todas as plantas existentes no território do RGS tem uma só origem e a empresa introdutora dessas plantas certamente vai buscar seus direitos na Justiça e mesmo que isso não ocorra, qual é a garantia de qualidade que os futuros produtores terão com essas plantas?  Quem vai pagar prováveis prejuizos com plantio de oliveiras que foram multiplicadas sem essa qualidade, já que só saberemos o resultado prático disso tudo daqui a quatro ou cinco anos? Como se pode ver podemos queimar um segmento rapidamente com atividades e atitudes gananciosas absolutamente comerciais de alguns pseudo-protagonistas de plantão.

A olivicultura é um segmento que pode dar certo se tivermos atividades e atitudes baseadas em conhecimentos profundos e consistentes e não com meias informações que tendenciam e direcionam ações e atos visando atender o interesse comerciais de alguns. Não pode ela ser instrumento do pouco conhecimento, com atualmente existe, primando pela máxima de que “em terra de cego quem tem um olho é rei” . Temos que abrir espaço para o cultivo da oliveira e para o investimento até porque já está comprovado que é viável plantar oliveiras em nosso território e aqui falamos das mais diversas regiões dentro do Brasil, é possível. Temos mais de 1000 variedades de oliveiras conhecidas e catalogadas no mundo. A grande maioria delas possivel de se plantar no Brasil não só para produção de azeites como para produção de azeitona de mesa.

Temos que abrir o espaço para isso e para os investimentos meias-informações na mão de meia dúzia de donos da verdade não ajudam em nada todo esse processo.

A ARGOS irá defender a Olivicultura que queremos e podemos fazer trazendo valor agregado foi assim com a 1a.Jornada Internacional de Olivicultura e com o 1º Curso Internacional de Análise Sensorial, ambos realizados em Porto Alegre/RGS, onde palestraram protagonistas de renome internacional. Não compactuamos com meias-verdades, informações truncadas e direcionamentos, pois temos o compromisso com a cultura, com o desenvolvimento da mesma, com a política do setor, com quem vai investir, com o RGS e com o Brasil.

Texto: Guajará de Oliveira – Presidente da Argos