Como via de regra a oliveira precisa de frio, muita luz, calor na época adequada e pouca água nos períodos de floração, solos que não encharcam( com pouca argila), de preferência mais arenosos e porosos.Terrenos que não retenham água para não comprometer as raizes, evitando o stress hidríco,baixo desenvolvimento e não produção. Existem alguns experimentos de estudos nesse sentido, principalmente dentro do RGS e Sta. Catarina, mas eles são quase precários já que levam em consideração apenas alguns parâmetros técnicos como por exemplo a precipitação hidríca anual.
A oliveira por exemplo compensa a falta de frio com a altura. Áreas onde não tem a quantidade mínima de frio/ano cerca de 300h/frio muitas vezes são compensadas com esse parâmetro.
Um outro fator que depõe contra esses estudos é a falta de conhecimento da cultura. Não temos técnicos que conheçam profundamente a oliveira para levar em consideração todas as variáveis relativas a essa planta no que diz respeito a variedades, exigências, técnicas de plantio, polinizações , etc. Não basta ler livros sobre o tema temos que ter a prática no sentido mais amplo e não restrito. O técnico de solos . O profissional que conhece outras culturas não pode aplicar as mesmas técnicas e conhecimentos delas no cultivo da oliveira. Essa árvore tem outras exigências e outras formas de tratá-la que vão muito além de conhecimentos gerais específicos aplicados a outras plantas.
Se considerarmos o binomio frio/calor e muitas variedades que são mais ou menos suscetíveis a esse binomio aliado a iluminação, podemos dizer com segurança , falando especificamente do RGS , que poderemos cultivar a oliveira em todas as regiões do Estado.
Essa regra deve valer em parte para muitas regiões dentro do Estado de Sta. Catarina e algumas regiões do Paraná. O mesmo não se pode dizer de São Paulo e Minas Gerais pelas suas características climáticas. Tendo a possibilidade de desenvolvimento dessa cultura em algumas regiões determinadas nesses Estados.
Construção do Viveiro Internacional de Mudas
O municipio de Carlos Barbosa na Serra Gaúcha, associado da ARGOS e em parceria com essa e os Viveiros da Argentina está ultimando a área para construção do primeiro viveiro internacional de mudas de oliveiras em seu território.
Esse municipio é o primeiro no Estado do RGS que aposta firme na cultura da oliveira, com políticas municipais direcionadas para a cultura e tem um programa com os parceiros citados para plantação de oliveiras pelos agricultores e colonos. A área para construção do viveiro já está destinada e a construção da parte dos prédios que abrigarão o viveiro já está planejada, com maquetes e plantas para tal.
Carlos Barbosa se organiza para ser um importante polo da olivicultura gaúcha em uma demonstração de visão de futuro. São 1675 agricultores desse municipio com potencial para iniciar o cultivo da oliveira e que pelas circustâncias atuais tem um potencial de plantio de mais de 1000 ha com o cultivo.
texto: Guajará J. Oliveira, Olvania Basso Oliveira e Junior Mocelin(vice-presidente da ARGOS)
