A   R   G   O   S

Análise da Campanha 2012/2013 da importação de Azeites pelo Brasil – Dados COI

Como faz sempre o Conselho Oleicola Internacional  enviou para a ARGOS  as movimentações do comércio de azeites em todo o mundo  nas respectivas campanhas anuais. Os períodos das campanhas começam em outubro de um ano e terminam em setembro do ano seguinte.
Nesse conjunto de dados levantados  pelo COI nessa última campanha tem uma avaliação mais apurada e detalhada  dos dados de importações de azeites e azeitonas feitas pelo Brasil.  Começa a ser  feita uma avaliação em separado do comércio desses itens no Brasil porque  teve um aumento considerável na importação de azeites(estamos crescendo em torno de 4 a 5%aa), com possibilidade de uma variação para mais em 2014 e 2015, pelas atuais condições aquecidas de importação .
Na última campanha Portugal foi o responsável por 57%  das importações de azeites pelo Brasil. Na campanha anterior esse percentual estava em 52%, um aumento de 5% nas importações de azeites vindos de Portugal. Aliás nossos coirmãos exportam para nós 75%  de seus azeites(produzidos e embalados por lá). Espanha , hoje, tem 25% do mercado de importações de azeites e a Argentina 9%, seguido de Itália 6%,Chile 2% e Grécia  com 1% das importações. Em 5anos aumentamos nossas importações de azeites em cerca de 70% passamos de pouco mais de 30 mil ton/aa em 2009 para 75 ton aa em 2013. Isso pode dar uma ideia da grandiosidade do mercado brasileiro e do potencial de crescimento que ele tem para os próximos anos.
Em 2011 a  ARGOS, através de seu Presidente Guajará J. Oliveira, fez um trabalho de projeção de aumento de consumo no Brasil para o período de 2011/2015 e apresentavamos na época uma projeção de consumo pelos brasileiros de 100 mil ton aa de azeites em 2015. Estudo esse que, inclusive, foi publicado pela Revista Espanhola Oléo Digital (2011).Essas projeções de consumo de azeites parecem que vão se confirmar e , inclusive, ultrapassar se o atual movimento de consumo se mantiver.

Avaliação do perfil dos Azeites importados pelo Brasil  e consumidos em nosso país.

Dentro dos  dados apresentados  para demonstrar  a classificação( tipos) de azeites importados  temos  que na campanha analisada (12/13). Importamos  73% de azeite de Oliva Virgem  , 25% de azeite de oliva e 2% de azeite de bagaço de oliva.
Quais as concluções fundamentais que temos que tirar desses dados  em função das qualidades dos azeites importados.
A primeira delas  e a mais importante: Não importamos azeites de oliva extra virgem e o que tem no comércio  é tão insignificante que não cabe sequer nas estatísticas.
O Azeite de oliva virgem é um azeite que tem pelo menos um defeito (ranço,avinagrado, avinhado, mofado,umido,atrojado). Não é um azeite de extrema qualidade.
O azeite de  oliva é uma mescla de azeite refinado com um mínimo de azeite extra-virgem para dar algum sabor ou aroma.
Azeite de bagaço de oliva  podemos classificar como um azeite refinado.Que nada mais é que um azeite que foi industrializado para tirar seus defeitos. Não tem cheiro e nem aroma.

Conclusão: O BRASIL NÃO IMPORTA AZEITE DE OLIVA EXTRA- VIRGEM EM CONDIÇÕES QUE  POSSAM FAZER PARTE DAS ESTATÍSTICAS.  O que significa tudo isso. Nós os brasileiros não estamos tendo acesso aos azeites de qualidade.Aqueles que fazem bem para a saúde . Os azeites ricos em acido oleico,polifenóis, esteres, toconfenóis, oleuropeina e outros elementos que fazem parte do azeite de qualidade que são propalados e benéficos para a saúde humana.
Não basta somente fazermos algumas pesquisas e retirar algumas marcas de mercado com base somente em análises quimicas ou em uma legislação frágil como a que temos .Elas são um norte mas não nos ajudam a trabalhar a questão de qualidade. A qualidade é so diagnosticada, encontrada e importada quando verdadeiros especialistas em azeites(não os de fim de semana e de cursinhos feitos por ai) estão em todo o processo de importação.  Como fazem os japoneses, alemães e outros que vão nas almazaras,lagares e indústrias por exemplo da Espanha,Portugal para verificar “in loco” as condições de produção do azeite para depois liberar a importação para seus respectivos paises. Aqui no Brasil temos somente 03 especialistas em azeites com cursos sérios no exterior . Dois deles estão na ARGOS no RGS  e o outro está no Rio de Janeiro.
Como explicar  a Grande quantidade de azeites de oliva extra-virgem que existem por ai nos supermercados. Simples Falta de conhecimento  do produto.

Texto: Guajará Oliveira – Expert em Azeites de Oliva Virgem